Revolução Social segundo o Anarquismo




Revolução Social segundo o Anarquismo

No Anarquismo, a revolução social causa transformações bruscas na sociedade, como por exemplo a quebra drástica, rápida e efetiva do Estado e de todas as aparelhagens e estruturas, sejam materiais e não-materiais, que o regem e/ou sustentam os mecanismos. Este princípio é primordial na diferenciação da vertente de pensamentos libertária em relação a qualquer outra corrente idearia. É a diferença básica entre o socialismo autoritário e o socialismo libertário.

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No vocabulário do socialismo libertário e do anarquismo, uma revolução social é uma revolução “de baixo para cima” – em oposição às guiadas por partidos de vanguarda ou puramente políticas – com o objetivo de reorganizar toda a sociedade. Nas palavras de Alexander Berkman, “revolução social significa a reorganização da vida industrial e econômica do país e, consequentemente, também de toda a estrutura da sociedade.” Mais genericamente, a expressão “revolução social” pode ser utilizada para se referir a uma grande mudança na sociedade, como a Revolução Francesa, o Movimento Americano por Direitos Civis e a reforma hippie e/ou da contracultura nos anos 1960 sobre o credo religioso, identidade pessoal, liberdade de expressão, música e arte, moda, ambientalismo e decentralização da mídia.

Sob a ótica do marxismo, seria necessária a instrumentalização do Estado para a prossecução planejada, detalhada e gradativa da revolução, sendo instituída a ditadura do proletariado para o controle operário dos meios de produção até a eclosão do comunismo. Sob o ideário anarquista, a revolução deve ser imediata, para não permitir que os elementos revolucionários possam ser corrompidos pela realidade estatal. De acordo com os libertários, a ditadura do proletariado nada mais é do que uma ditadura “de fato”, continuando a exercer coerção, opressão e violência sobre a sociedade. Por isso, segundo os libertários, a revolução social deve ascender o mais rápido possível à sociedade anarquista, ao Anarquismo puro, para, através dos princípios da defesa da revolução, não permitir a ressurreição do Estado.

Revolução Social Anarquismo

Por fim, por intermédio do processo de destruição completa do Estado, sobre todas as suas formas, torna-se plenamente tangível a liberdade, podendo o sujeito renovar de forma efetiva os seus princípios e preceitos humanistas.

Alguns exemplos de revoluções sociais : Revolução Industrial na Inglaterra, Revolução Burguesa na Europa, Revolução na Índia(Gandhi, Satyagraha), Revolução Francesa na França. Todas essas revoluções causaram modificações na estrutura da sociedade com rupturas drásticas no “status quo”. No caso da Revolução francesa, foi ela que simplesmente impulsionou a burguesia causando uma desestruturação no sistema feudal e ocasionando o surgimento do mundo moderno. Os ideias da Revolução francesa são Igualdade, liberdade e fraternidade, baseados nos ideais do iluminismo, pregados por filósofos!

“Se depois da revolução as massas só puderem contar com frases, se elas não reconhecerem, através de fatos concretos que a situação mudou em seu benefício, se a derrubada do governo tiver resultado apenas numa mudança de pessoas e de fórmulas, nada terá sido feito… Para que a revolução seja algo mais do que uma simples palavra, para que a reação não nos leve amanhã à mesma situação de ontem, é preciso que a conquista de hoje seja algo que mereça ser defendido; os pobres de ontem não devem ser os pobres de hoje.” (Kropotkin, O espírito da revolta)- Em outras palavras, é preciso que a revolução seja capaz de assegurar imediatamente pelo menos duas coisas: a primeira, a frustração de qualquer tentativa de que seja criada aquela anomalia que se chama “governo revolucionário”; a segunda, que haja um avanço substancial em direção à igualdade social. O gradualismo é fatal, pois todos os aspectos da vida econômica e social estão de tal forma interligados, que nada menos do que uma completa e imediata transformação da sociedade poderá proporcionar a garantia efetiva contra os vários tipos de retrocesso que sempre acompanharam as revoluções do passado. (George Woodcock, História das ideias e movimentos anarquistas)