Presidente é só o nome do capataz! Uma história de correntes com ternos e fardas! Contra Tronos e Grades: Um grito ecoa pela real Liberdade!
Todos, sem exceção, serviram ao Estado, sustentaram o capitalismo e impediram a verdadeira autonomia popular. Nenhum rompeu com o modelo de dominação. A máquina continua rodando, sempre contra o povo e a liberdade real, eles mantiveram o Estado, o poder centralizado e o capitalismo, em vez de promover autonomia, liberdade coletiva ou autogestão!
“O slogan [Revolução!] transformou-se de sinal de alerta em toxina, uma maligna e pseudo gnóstica armadilha do destino, um pesadelo no qual não importa o quanto lutamos, nunca nos livramos do maligno ciclo infinito que incuba o Estado, um Estado após o outro, cada paraíso governado por outro anjo ainda mais cruel.”
– Hakim Bey, TAZ
Primeira República (1889–1930)
► Deodoroda Fonseca – Militar que iniciou a República com golpe, manteve poder nas mãos do Exército e das elites.
► Floriano Peixoto – Reprimiu revoltas populares com violência, centralizou ainda mais o poder.
► Prudente de Morais – Governou com apoio das oligarquias, protegeu latifúndios e a velha ordem.
► Campos Sales – Criou política dos governadores, aprofundando o controle da elite agrária.
► Rodrigues Alves – Reformou o Rio expulsando pobres e favelas, a mando dos ricos.
► Afonso Pena – Continuou servindo aos interesses do agronegócio e da elite cafeeira.
► Nilo Peçanha – Tentou modernizar, mas não tocou na estrutura opressora.
► Hermes da Fonseca – Reprimiu revoltas (como a da Chibata), usou força militar contra o povo.
► Venceslau Brás – Manteve os coronéis no poder e ignorou os pobres.
► Delfim Moreira – Breve e inexpressivo, mas serviu à continuidade do sistema.
► Epitácio Pessoa – Foi presidente indicado, não eleito, símbolo da democracia limitada.
► Artur Bernardes – Estado de sítio, repressão e censura.
► Washington Luís – Protegeu banqueiros e ruralistas até ser deposto por golpe.
Era Vargas (1930–1945)
► Júlio Prestes – Nem assumiu, mas era outro representante da elite.
► Getúlio Vargas – Ditador populista, seduziu o povo com leis, mas manteve o capital e a repressão.
Período Democrático (1946–1964)
► José Linhares – Transição burocrática, garantiu estabilidade ao poder.
► Eurico Gaspar Dutra – Militar conservador, alinhado com os EUA, perseguiu comunistas.
► Getúlio Vargas (2ª vez) – Usou o trabalhismo para conter a revolta operária e fortalecer o Estado.
► Café Filho – Manteve a máquina funcionando a serviço da elite.
► Carlos Luz / Nereu Ramos – Presidentes transitórios, garantiram a ordem para os donos do poder.
► Juscelino Kubitschek – Crescimento sem distribuição, dívida externa e luxo para poucos.
► Jânio Quadros – Tentou ser “diferente”, mas não mexeu na estrutura.
► Ranieri Mazzilli – Apenas figurativo, representou a continuação do regime.
► João Goulart – Reformas de base frustradas, derrubado por querer mudar um pouco.
Ditadura Militar (1964–1985)
► Castelo Branco – Implantou ditadura e repressão total.
► Costa e Silva – Aprofundou a censura e o autoritarismo.
► Junta Militar – Governo de exceção, sem povo, sem liberdade.
► Emílio Médici – Terror de Estado, tortura e propaganda.
► Ernesto Geisel – Tentou “abertura”, mas sem devolver o poder ao povo.
► João Figueiredo – Último ditador, deixou a transição sob controle.
Nova República (1985–Hoje)
► Tancredo Neves – Morreu antes de governar, mas era da velha política.
► José Sarney – Caos econômico, transição da repressão e manutenção dos privilégios.
► Fernando Collor – Privatizações, corrupção e repressão.
► Itamar Franco – Estabilizou o capital, ignorou o povo.
► FHC (Fernando Henrique Cardoso) – Neoliberalismo e entrega das riquezas nacionais.
► Lula (1º e 2º mandatos) – Incluiu sem libertar: ajudou os pobres, fortalecendo ainda mais os ricos.
► Dilma Rousseff – Seguiu a cartilha do capital, caiu sem resistir à máquina.
► Michel Temer – Golpista, serviu aos bancos e desmontou direitos.
► Jair Bolsonaro – Autoritário, militarista e aliado de grandes empresários.
► Lula (3º mandato) – Retorno reformista, mantém a estrutura e alivia o sistema sem romper com ele.
E assim, a dança macabra continua, com seus rostos trocando-se como marionetes no palco da dominação, mas o cenário nunca muda. De Deodoro a Lula, a história se repete em círculos viciosos, onde as $correntes do Estado continuam a apertar, mais apertadas do que as vestes de poder que tentam ostentar sua legitimidade. A verdadeira revolução, a que destrói as fundações da opressão e acende a chama da liberdade real, permanece um sonho distante, intoxicado pela falácia de que um novo rosto no poder traria um novo destino. Mas, como Hakim Bey tão bem nos lembra, a pseudo-revolução, esta armadilha venenosa, alimenta-se da nossa esperança enquanto nos conduz de volta à caverna da ordem.
Cada presidente foi apenas um capataz, um gestor do sistema, protegendo o lucro dos poucos enquanto sufoca a autonomia dos muitos. Entre discursos e reformas, o que realmente se manteve intacto foi o ciclo imutável do capitalismo, da opressão e da falsa democracia. O povo nunca foi o verdadeiro governante; sempre fomos conduzidos por aqueles que se agarram ao trono e às grades, entre fardas e ternos, mascarando a eterna subordinação.
A história não é de libertação, mas de adaptação. O grito pela verdadeira liberdade, a liberdade do povo, a autonomia de cada ser e comunidade, permanece ecoando sem ser ouvido. Me chamo anarquismo, palavra de fogo, verbo ardente, é hora de perceber que a revolução não virá através do Estado. Ela nasce em cada ato de desobediência, em cada recusa a aceitar as regras do jogo imposto. O futuro é nosso, mas não será construído nas salas do poder, mas sim nas ruas, nas praças, nos encontros desafiadores da vida cotidiana. O destino da liberdade não será escrito nas mãos dos governantes, mas na mão de quem ousa viver sem correntes.
Porque, no fim, a liberdade real é aquela que, ao olhar para o sistema, já não vê mais a prisão, mas a própria chave que a liberta. “Como bem disse Bakunin, ‘A liberdade sem a igualdade não passa de uma ilusão cruel’; pois, em cada presidente, em cada nome que ostenta a coroa do poder, repousa o capataz de um sistema que se recicla, mas nunca se transforma. O Estado, sempre a mesma prisão de grades douradas, nunca nos libertará. O verdadeiro grito de liberdade ecoa não em suas palavras, mas na ação que recusa suas correntes, na revolução silenciosa de quem se recusa a ser governado!
Paz entre nós, guerra aos senhores!
Aut viam inveniam aut faciam neure
(Ou encontrar um caminho ou criar um)
Quis custodiet ipsos custodes
(Quem vigia os vigilantes?)