Quanto te pagam por mês para você desistir de sua vida e seus sonhos?

A escravidão nunca foi abolida, apenas mudaram a semântica para soar menos apelativa. Pois, historicamente, a palavra escravidão do salário ou escravidão moderna  foi e está associada com diversos fatores negativos na história da humanidade. Então, criaram-se novas palavras para substitui-la. E fizeram isso de forma tão sutil que hoje, muita gente é escravo e nem se deu conta disso. E que forma melhor para manter um escravo quando ele sequer sabe que é um escravo?

Quem não conhece alguém que se orgulha de dizer que ficou das “trabalhando” das 8h às 20h? Talvez você seja um desses. Estes são os escravos modernos. Os senhores de engenho de hoje são as empresas, notadamente as grandes corporações públicas ou privadas que, no recrutamento enfatizam para que seus novos funcionários-escravos “vistam a camisa” da empresa em troca de uma subserviência mensal. O caso se agrava ainda mais para os concursados públicos, que, diante da famigerada “estabilidade financeira”, se vendem como prostitutas para o sistema.

Nas senzalas modernas (também conhecida como empresas) mal tem espaço para a luz do sol entrar. Não há vento, não há árvores, não há terra, água, pássaros, nada, assim é mais fácil fazer os escravos se esquecerem de sua origem natural. Em contrapartida, há bastante iluminação artificial, ambiente “climatizado” com muito ar condicionado e muito cafezinho para manter os escravos muito bem acordados, produzindo, estabelecendo recordes de vendas/metas e deixando seus donos, carinhosamente apelidados de “chefes” cada vez mais ricos. Entre outros “mimos” estão a gaveta de doces, presentinhos em datas comemorativas, prêmios por metas que fazem os escravos brigarem entre si…

O escravo moderno, feliz por “vestir a camisa” daquela senzala, sentindo-se “privilegiado”, enche suas redes sociais com fotos provando isso:#melhorempresa#melhorchefe#work,#amooquefaço no afã de enganar a si mesmo, pois lá no fundo sabe, que é perfeitamente substituível… E, no final do dia, vai para casa feliz e realizado, por estar num lugar “tão bom”. E se não estiver nem tão feliz assim, mesmo assim, finge estar. Fica mais fácil encarar a si mesmo todos os dias.