As Escolas Modernas de São Paulo e o ensino de Artes: Reflexões para a história da arte/educação no Brasil sob a perspectiva anarquista
O movimento anarquista chegou ao Brasil graças ao intenso fluxo imigratório estimulado jáno final do século XIX, sobretudo com a chegada de portugueses, espanhóis e italianos.
Coma gradativa reconfiguração da economia brasileira, que aos poucos se industrializava, uma classe de trabalhadoras e trabalhadores começava a surgir nos centros urbanos do Brasil, sobretudo em São Paulo.
As péssimas condições de vida desses trabalhadores passaram a ser denunciadas por este grupo imbuído com o pensamento anarquista e propuseram inúmeras ações de resistência. Uma dessas ações foi a fundação das escolas libertárias, influenciadas pelas escolas já existentes na Europa.
Este trabalho tem como principal objetivo refletir sobre essas escolas, mas com especial atenção as Escolas Modernas n.1 e n.2 fundadas na cidade de São Paulo em 1913, procurando investigar a presença do ensino de artes nesses espaços.
Artes porque as Escolas Modernas se propunham a buscar uma “educação artística intelectual e moral” e despertar o “sentimento do belo, do verdadeiro e do bom” através “das ciências e das artes”. Além disso, as histórias das Escolas Modernas permanecem marginalizadas da história oficial e encontra dificuldade em penetrar na história da educação e da arte/educação.
Ainda que não possamos falar em arte/educação nesse período, os documentos da época nos mostram a existência de disciplinas como desenho e música em suas atividades pedagógicas.
Para a realização deste trabalho, está sendo realizada uma pesquisa em documentos como jornais e periódicos anarquistas do período do funcionamento das Escolas, além da consultada bibliografia referente ao pensamento anarquista e da educação libertária.