Feminismo Anarquista e Interseccionalidade: Etnografiada Marchas das Vagias de Florianópolis/SC em 2014

A primeira Slut Walk , como foi chamada no inglês a Marcha das Vadias, ocorreu no ano de 2011 na cidade de Toronto no Canadá em decorrência de declarações de um policial acerca dos abusos sexuais ocorridos na universidade. Este afirmou que se as mulheres não quisessem mais ser estupradas deveriam deixar de vestirem-se como vadias. Em função da propagação na internet  a Marcha ganhou enorme proporção, tomando as ruas de diversas cidades do mundo e do Brasil. Em Florianópolis ela já ocorreu em quatro anos consecutivos, 2011, 2012, 2013 e 2014. Apesar de ocorrer em diversas cidades do mundo inteiro e ter algumas palavras de ordem em comum, as Marchas têm suas especificações em cada local. Em Florianópolis nota-se, através da observação das mensagens nos cartazes e corpos e de símbolos em camisetas, uma grande influência do pensamento anarcafeminista. Mas de que anarcafeminismo estaríamos falando? Seria exatamente uma cópia do pensamento de mulheres anarquistas de atuação no final do século XIX e início do século XX ou haveria alguma particularidade contemporânea? O que levaria mulheres tão distintas a se auto afirmarem feministas anarquistas? Com base em textos de Emma Goldman, importante anarquista feminista de origem lituana e atuação nos Estados Unidos no século XX, na experiência do grupo anarcafeminista Mujeres Libres na Espanha, nos estudos atuais sobre interseccionalidade, na perspectiva anarquista interseccional e nas observações participantes nas reuniões organizativas da Marcha das Vadias de Florianópolis de 2014e no ato que ocorreu no dia 24 de maio de 2014, este artigo pretende analisar como se dá a influência desses pensamentos no movimento da Marcha das Vadias na cidade de Florianópolis.

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