A Classe operária vai à escola: Trabalhadores e Escola Pública no Brasil na primeira república (1889-1930)
O presente texto consiste em nosso trabalho de conclusão de curso (TCC) do curso de Serviço Social. Nele, buscamos analisar, a partir de levantamento bibliográfico, o debate acadêmico acerca da inserção da classe trabalhadora na escola pública no Brasil, durante a Primeira República (1889-1930). Partimos da constatação da centralidade da educação na dinâmica da vida social, isto é, a educação exerce função privilegiada de criar indivíduos a partir das características de um modo de produção e das ideais dominantes de uma época. Entretanto, exatamente por essa posição estratégica que a educação possui na sociedade, ela é então um campo de batalha de concepções de mundo, de projetos societários polarizados. A escola pública, instituição pensada para democratizar a educação, não era inicialmente uma demanda da classe trabalhadora. Foi criada por reformadores sociais burgueses da França revolucionária com o objetivo de formar cidadãos para a República. Isso gerou uma revolta das classes subalternas, que viam na instituição escolar uma invasão do Estado em algo que era particular: a educação era da ordem doméstica, familiar. Dessa forma, o trabalho foi divido em três capítulos: o primeiro reconstituiu o histórico da formação da classe trabalhadora e do capitalismo; o segundo abordou a formação sócio histórica dos trabalhadores no Brasil e o terceiro discorreu sobre as relações entre a escola pública e classes subalternas durante a Primeira República (1889-1930). Dentre os principais resultados destacamos que o ideário republicano e positivista de evolução da sociedade por via da escolarização não ocorreu, visto não ter encontrado eco nas ações do Estado oligárquico brasileiro. Dessa forma, as propostas do movimento operário para a educação, principalmente nas suas vanguardas anarquista e comunista, que tampouco foram atendidas, permanecem atuais para o conjunto dos trabalhadores.