Direita e Esquerda, dois lados da mesma moeda…
O modelo tradicional político criou duas esferas que se enfrentam continuamente: a direita e a esquerda. Para quem não sabe, essa denominação veio do tempo da Revolução Francesa, quando os mais radicais se sentavam as esquerda nas tribunas, com o tempo isso se tornou uma definição usada em todo o mundo para identificar as polaridades politicas em luta. Mas essa definição é bem superficial e não abrange a proposta anarquista, que ficaria indefinida nesse espectro.
Simples de entender porque o anarquismo não tem lado: é contra o modelo politico institucional; contra a luta parlamentar e a estrutura partidária; não é liberal e não tem nada com o capitalismo, além de querer destruí-lo; o mesmo em relação ao marxismo, que nunca será libertário, por mais que alguns desses marxistóides se esforçam em deformar o totalitarismo marxista e seu capitalismo de Estado e partido único como um socialismo “libertarizante”, um “comunismo real”, que sabemos não ser.
A prática anarquista em muitas vezes leva a estar nos movimentos sociais, oprimidos e explorados, E por essa participação já tendem a adjetivar como “esquerda”, mas não. Nos movimentos sociais, a maior preocupação anarquista é justamente romper com o modelo vanguardista, de lideranças, centralizadores e verticalizados, muito comum tanto para direita como para esquerda e se repararmo bem, vemos que essas definições não mais correspondem as práticas de ambos os grupos, principalmente porque uma parcela da esquerda no país está no poder e favorece acima de tudo, os mesmos clientes que a direita sustenta; há grupos de empresários que brigam entre si, mas isso já deixou de ser uma disputa ideológica, e sim uma disputa de influência; nessa situação dizer esquerda ou direita, é apenas um joguinho de aparências.
A clareza da proposta anarquista assusta ambos os lados: abolição da propriedade, abolição dos partidos, abolição da riqueza, coletivização e administração direta dos meios de produção, a sociedade se organiza sem Estado e sem patrões. Tudo isso é uma nova estrutura que supera e destrói o modelo atual e isso é um perigo que tanto a esquerda como a direita não querem. O modelo atual para eles é muito confortável, conseguem trocar as cadeiras e continuar o jogo de poder, as custas da população, que fica excluída sempre dessa brincadeira. As eleições são uma enganação para legitimar essa estrutura excludente.
A esquerda e direita para o anarquismo são apenas as faces da mesma moeda politica institucional e hierarquizada que visa tão somente a tomada do poder e reforma do capital, disseminam mentiras mas sabemos que a troca de poderes entre essas figurinhas em nada favorecem a emancipação dos oprimidos e explorados.
– Xavier
Os anarquistas denunciam isso e são atacados por ambos os lados. Isso mostra que como anarquistas, não devemos procurar de nenhum desses lados ajuda ou apoio. De ambos os lados, sempre vieram traições que levaram milhões de pessoas para prisões e mortes. No Brasil, o minusculo partido comunista para crescer, foi minando o trabalho do sindicalismo livre; chegaram a estar do lado do governo totalitário de Vargas para fecharem sindicatos livres e depois reabrirem no controle. O mesmo governo de Vargas que cassou e prendeu também esses comunistas, vai entender! Na Espanha de 36, ocorreu algo muito inusitado: os anarquistas eram uma força politica de fato, com mais de milhão de associados nos sindicatos livres, a ponto de poderem ter influência direta no governo representativo da Republica Espanhola, mas de forma coletiva não o fizeram, mantendo uma prática descentralizada de gestão. Na medida que o governo republicano não honrava suas palavras perante os trabalhadores, alguns companheiros anarquistas foram delegados como Ministros na Republica para que o governo cumprisse suas promessas e que logo saem pela pressão dos comunistas espanhóis apoiados pela URSS de Stálin, único fornecedor de armas para a Espanha republicana e por conta disso impunha suas condições e diminuir a revolução libertária foi uma delas.
A esquerda e direita para o anarquismo são apenas as faces da mesma moeda politica institucional e que a troca de poderes entre essas figurinhas em nada favorecem a emancipação dos oprimidos e explorados.
O modelo atual não nos representa e é necessário romper com essa lógica através da administração direta feita por nós e para nós, unidos sempre!
Nossa lógica é outra, da libertação direta, da emancipação de todos
sem intermediários ou governos seja de que lado for.
Construamos o anarquismo através de uma prática livre e direta!
A verdadeira possibilidade do anarquismo aumenta na era digital. Não precisamos mais de representantes, a normatização de um contrato social global agora é possível, graças às novas tecnologias, tão pouco é necessário um poder executivo quando arquivos exe., podem realizar as tarefas. Aliás, considerando que valores são atribuídos e agregados a isto e aquilo, mas não podem sobrepor o valor da vida do planeta. Temos a urgente tarefa de compreender a necessidade de realinhar a função do ser humano perante tudo e todos. Num momento em que a automação cresce em progressões geométricas a robótica a serviço de uns poucos previlegiados permitem a crescente e descomunal concentração de renda, mundo a fora, enquanto simples mortais perdem serventia até mesmo como escravos. Excluídos do mundo. Não há porque manter imobilizado um montante próximo a 90% do PIB global e aceitarmos tanta miséria, fome e desordem. A propriedade é uma falácia e em respeito a realidade, devemos usar a ciência e todas as ferramentas disponíveis para provar que não é desta elite que se diz detentora, as riquezas. Foram bilhões de anos para alcançarmos a complexidade a qual chegou nosso planeta, não foi obra de nenhum conglomerado e é em nome de tudo e todos que temos que acabar com este valor, não há valor maior que a continuidade da vida…