Destrua o Capitalismo em nome da auto-defesa
AUTODEFESA
O capitalismo global está matando o planeta. Ele está transformando o mundo vivo em mercadorias mortas, explorando muitos para o lucro de alguns.
O ecocídio é o problema mais urgente e imediato que enfrentamos. Se não resolvermos isso, nada mais importa. Problemas econômicos (para não falar de nossos problemas pessoais) vão parecer triviais. A capacidade do planeta para sustentar a vida de qualquer tipo está se tornando cada vez mais ameaçada.
Pode já ser tarde demais para evitar o aquecimento global descontrolado; e é certamente tarde demais para evitar a chuva radioativa, camarão sem olhos no Golfo do México, e água da torneira que pode ser acesa em chamas. É tarde demais para salvar 78 por cento das florestas primárias do mundo ou trazer de volta as 200 espécies de plantas e animais que foram extintas hoje. A situação é extremamente terrível.
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Mas não podemos desistir – não sem uma luta. Assim como as crises econômicas e ecológicas convergem, a possibilidade de libertação e transformação social também se abre. Mas só se nós organizarmos para que isso aconteça.
O ecocídio está se acelerando por causa da constante necessidade do capitalismo de se expandir para novas áreas. Os capitalistas entraram em um período de extração extrema, mesmo em áreas que anteriormente eram fora dos limites geográficos e políticos. Eles agora estão rasgando a América do Norte tão desenfreadamente quanto eles já destruiriam outras partes do mundo, com fracking, petróleo de areias betuminosas e de perfuração em alto-mar, e remoção do cume.
Por causa da concorrência entre os capitalistas, o que leva a uma queda da taxa de lucro, o capitalismo é estruturalmente compelido a se expandir. Ele nunca pode economicamente recuperar o atraso com si mesmo e deve quebrar constantemente através de seus limites em uma vã tentativa de resolver a sua própria contradição interna inerente.
O Feudalismo e todas as formas de sociedade de classes também tiveram contradições internas que os levaram a se expandir. Mas o capitalismo tomou esta a um novo nível, porque em vez de apenas exigir mais recursos para continuar existente (para alimentar uma população em expansão agrária, por exemplo), ele exige o crescimento constante de produção para expandir para seu próprio benefício. As necessidades da população não são o ponto, e as mercadorias não são mesmo o ponto – o acumular mais-valia para expandir o próprio capital é o ponto mais importante. Isto é o que o empurra a exceder os limites em uma escala inimaginável.
Mas vivemos em um planeta finito com limites físicos, que estão sendo alcançados. Esta é uma diferença de crises econômicas anteriores. O capitalismo é levado a consumir tudo externo a si mesmo, convertendo-o em mercadorias, e não vai parar de fazer isso por conta própria até que mate toda a vida no planeta. O capitalismo está fundamentalmente em contradição com a própria vida.
O sistema não vai parar a não ser que nós o detemos.
O sistema tem muitos métodos de lidar com a dissidência. Uma é a repressão aberta.
Antes de recorrer a isso, eles tentam de tudo o resto, incluindo cooptar a dissidência. Eles a atraem em becos sem saída criados com esse intuito. Contanto que não ameacem a relação real de poder, temos muitos meios ineficazes de dissidência que estamos autorizados a exercer.
Mas o capitalismo não pode ser, reformado, redimido, seduzido, abandonado, ou rejeitado. Ele não se importa com o que queremos ou quão persuasivo (ou quão bem ou quão rude) nós solicitamos.
Eleições não vão mudar isso. Políticos “menos mal” ainda vão servir e representar os interesses capitalistas. É o trabalho deles.
Mudanças de estilo de vida pessoais, embora agradáveis, não vão fazê-lo parar. Protestos e manifestações não vão fazê-lo parar.
Um capitalismo melhor regulado ou reformado ainda mataria o planeta. O chamado capitalismo “verde” e tecnoutopia são mentiras para nos fazer acreditar que uma economia expansionista pode ser sustentável. Não podemos comprar o nosso jeito de sair dela.
Se quisermos nos libertar desse horror – se quisermos mesmo sobreviver – temos de trabalhar juntos para lutar contra o capitalismo global e seus crimes, em direção ao objetivo final de derrubá-lo.
O sistema foi construído sobre o roubo de terras, da guerra e da escravidão. Ele rouba os meios de subsistência das populações indígenas e pequenos agricultores, colocando todos em uma situação de dependência, forçados a vender o nosso trabalho para conseguir comida e abrigo.
Um sistema baseado na busca do lucro e expansão perpétua nunca pode ser justo ou sustentável. Precisamos estudar e analisar os seus mecanismos e movimentos, e identificar suas fraquezas e vulnerabilidades.
Podemos atacá-lo em muitas frentes, mas no centro de tudo é a conversão de matérias-primas (vida) em mercadorias através da exploração capitalista do trabalho. O ponto é a criação de mais-valia (lucro) pelo trabalhador, da qual se apropria o capitalista – em outras palavras, rouba. Não há outra razão para mercadorias serem produzidas.
Para acabar com este pesadelo, os trabalhadores terão que se organizar para se libertar. Eles são os únicos que podem quebrar a relação social de dominação de classe, uma relação que está no centro de um modo de produção que requer a extração de recursos e da exploração dos trabalhadores, e que resulta na destruição do meio ambiente.
Além disso, devemos construir organizações de vários tipos que deem suporte e juntem energia do interesses de todas as classes populares e grupos sociais para enfraquecer o capitalismo. À medida que as crises tornam-se mais agudas e afetam as pessoas mais imediatamente, um número crescente de pessoas vai entrar em movimento para se opor. Precisamos encontrar maneiras de unir todos aqueles que são antagônicos ao capitalismo, a partir de várias perspectivas, e trabalhar juntos para derrotar e desmantelá-lo.
Movimentos de libertação social devem aliar-se com movimentos para defender o mundo natural, ou não seremos capazes de atingir qualquer objetivo. Precisamos de um movimento de massas diverso e não-sectário que possa aumentar nossas chances de vitória contra o nosso inimigo comum.
Se queremos ganhar, temos de organizar e alinhar os nossos esforços. Individualmente somos fracos e ineficazes; juntos somos fortes.
Vamos construir um movimento amplo e autônomo para lutar contra o capitalismo, antes que ele nos destrua!
Via EndCiv
Ótimo texto!