“Paz entre nós, guerra aos senhores”: O internacionalismo anarquistas e as articulações políticas e sindicais nos grupos e periódicos Guerra Sociale e A Plebe na segunda década do século XX em São Paulo
Os periódicos confeccionados e lidos pelos trabalhadores, grupos subalternos e militantes no contexto da Primeira República em São Paulo foram um dos principais vetores de divulgação e mobilização política. Nesse sentido, é evidenciado o papel que tiveram os grupos anarquistas, igualmente importantes na configuração dos movimentos reivindicatórios nesse período. Visando aprofundar o tema em questão, o objetivo central nessa pesquisa é adentrar o estudo dos periódicos A Plebe e Guerra Social e os seus grupos militantes em conjunto, buscando compreender, de maneira mais ampla, a construção e a condução de estratégias e táticas políticas e sindicais frente às mobilizações que ascenderam no contexto proposto, ressaltando também suas conexões transnacionais e seus projetos internacionalistas. Diante disso, será possível evidenciar o fortalecimento de diversas propostas que tais grupos estavam desempenhando, tal como as que levavam em consideração os contextos internacionais, que estavam influenciando o movimento operário e revolucionário na cidade – entre as quais a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa – as articulações e militância de orientação sindical que visavam à união de diversas tendências políticas, regionais e de ofício e a união dos grupos especificamente anarquistas, a chamada Alliança Anarquista. Para tal, busco primeiramente compreender as condições que possibilitaram o surgimento das estratégias e políticas anarquistas que serão reavaliados pelos grupos estudados e, depois, percorro a construção e atuação dos periódicos mencionados a partir de seus discursos e propostas bem como de práticas e as formações de seus militantes dentro de condições materiais precisas e de eventos históricos condicionantes, entre elas a conjuntura das greves e manifestações de 1917-1920, que tinham no sindicalismo revolucionário seu principal vetor social, análise que se dá também comparando tais práticas com suas influências teóricas e os debates e articulações internacionais anarquistas.
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