Patriarquismo, Civilização e as Origens do Gênero

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A civilização, fundamentalmente, é a história da dominação da natureza e a da mulher. Patriarquismo significa o domínio sobre a mulher e a natureza. As duas instituições são basicamente sinônimas? A filosofia tem essencialmente ignorado o vasto reino de sofrimento que tem se desdobrado desde seu inicio na divisão de trabalho durante seu curso. Hélène Cixous chama a história da filosofia de uma “uma rede de sacerdotes” A mulher é tão alheia a isso quanto sofre isso.
Camille Paglia, uma escritora teorista antifeminista, meditou então sobre a civilização e a mulher:

Quando eu vejo um guindaste gigante se movendo numa superfície de um caminhão, eu paro em respeito e admiração, como alguém faria a uma procissão religiosa. Que poder de concepção: que grandiosidade: este guindaste nos remete ao Egito antigo, onde a arquitetura monumental foi primeiramente imaginada e executada. Se a civilização tivesse sido deixada em mãos femininas, no estaríamos ainda vivendo em cabanas de palha.

As “glorias” da civilização e o desinteresse da mulher. Para alguns de nós as “cabanas de palha” representa não tomar o caminho errado, o caminho da opressão e da destrutividade. No ponto de vista da globalmente espalhada marcha de morte da civilização tecnológica, caso ainda estivéssemos vivendo em cabanas de palha.
A mulher e a natureza são universalmente desvalorizadas pelo paradigma dominante e quem não pode ver o que isto tem forjado? Ursula Le Guin nos fornece um rico corretivo para Paglia:

O homem Civilizado diz: Eu sou auto-suficiente, eu sou o mestre, todo o resto é outro – fora, abaixo, subserviente. Eu possuo, eu uso, eu exploro, eu aproveito, eu controlo. O que eu faço é o que importa. O que eu quero é o que é importante. Eu sou o que eu sou, e o resto é mulher e selvagem, para ser usado como eu acho conveniente.

Certamente existem muitos que acreditam que as primeiras civilizações foram matriarcais. Mas os antropólogos e arqueólogos, e as feministas inclusive, não tem encontrado evidencias de tais sociedades. “A busca por uma cultura, de cunho matriarcal, genuinamente igualitária tem se provado infrutífera.” Conclui Sherry Ortner.
De qualquer forma, existiu um longo período de tempo quando a mulher era geralmente menos sujeita ao homem, antes da cultura masculina-decisiva se tornar fixada ou universal. Desde da década de 1970 antropólogos como Adrienne Zihlman, Nancy Tanner e Frances Dahlberg têm corrigido o foco ou estereotipo inicial do “Homem Caçador” pré-histórico para o da “Mulher Coletora”.
A chave aqui é a condição como uma quantidade geral, as sociedades pré-agrícolas de bando conseguiam cerca de 80 porcento de seu sustento através da coleta e 20 porcento através da caça. É possível exagerar a distinção caçador/coletor e contemplar estes grupos no qual, num significante grau , as mulheres tem caçado e os homens coletado. Mas a autonomia da mulher nas sociedades coletoras é enraizada no fato de que os recursos materiais para o sustento são igualmente disponíveis para as mulheres e para os homens em suas respectivas esferas de atividade.

No contexto do ethos geralmente igualitário das sociedades de caçadores-coletores, antropólogos como Eleanor Leacock, Patricia Draper e Mina Caulfield têm descrito uma relação geralmente igualitária entre homens e mulheres. Em tal cenário onde a pessoa que procura algo também distribui isto e onde a mulher procura cerca de 80 porcento do sustento, é amplamente a mulher que determina os movimentos e os locais de acampamento das sociedades de bando. De forma similar evidencias indicam que ambos homem e mulher fizeram ferramentas de pedras usadas por povos pré-agrícolas.

Com os matrilocais Pueblo, Iroquis, Crow e outros grupos indígenas americanos, A mulher poderia terminar uma relação conjugal quando quiser. Em toda parte, homens e mulheres na sociedade de bando se mudam livremente e pacificamente de um bando para o outro assim como nos relacionamentos. (8) De acordo com Rosalind Miles, o homem não apenas não comanda ou explora o trabalho da mulher , “eles exercem pouco ou nenhum controle sobre o corpo da mulher ou sobre as crianças, não criando fetiches de virgindade ou castidade, e não exigindo a exclusividade sexual da mulher” Zubeeda Banu Quraishy fornece um exemplo africano: ” Entre os Mbuti as associações de gênero são caracterizados pela harmonia e pela cooperação.”

E mesmo assim, alguém pergunta: a situação real foi tão rósea assim? Dado uma aparente universal desvalorização da mulher, em que varia em suas formas mas não em essência, a questão de quando e como isto era basicamente o oposto persiste. Existe uma fundamental divisão da existência social de acordo com o gênero, e uma obvia hierarquia a esta divisão. Para a filósofa Jane Flax, o mais profundo e assentado dualismo, igualmente inclusos aqueles do subjetivo-objetivo e mente-corpo são um reflexo da desunião de gênero.

Gênero não é o mesmo que a distinção natural/fisiológica entre os sexos. Gênero é uma categorização e classificação cultural baseada numa divisão de trabalho sexual que deve ser a única forma cultural de grande significância.
Se o gênero introduz e legitima a desigualdade e o domínio, o que seria mais importante do que por isto em questão? Portanto em termos de origens – e em termos de nosso futuro – a questão da sociedade humana sem gênero se apresenta.

Sabemos que a divisão de trabalho leva a domesticação e a civilização e conduz ao sistema globalizado de dominação atual. Isto também mostra que a divisão de trabalho sexual artificialmente imposta foi sua primeira forma e foi também, em efeito, a formação do gênero.

Compartilhar a comida tem sido reconhecido como uma característica básica do estilo de vida coletor. Dividindo a responsabilidade pelo cuidado da prole, também, o que ainda ode ser visto entre os poucos sociedades restantes de caçadores-coletores, em contraste com a vida familiar isolada e privatizada da civilização. O que pensamos como família não é uma instituição eterna, nada mais do que a exclusiva maternidade feminina foi inevitável na evolução humana.

A sociedade é integrada por meio da divisão de trabalho e a família é integrada através da divisão sexual de trabalho. A necessidade de integração indica uma tensão, uma ruptura que chama por uma base de coesão ou solidariedade. Neste sentido Testart esta certo: Inerente ao parentesco é a hierarquia”. E com suas bases na divisão de trabalho, as relações de parentesco se tornam relações de produção. “Gênero é inerente à natureza da relação familiar”, como Cucchiari colocou, “a qual não pode existir sem isso”. Iste esta nesta área que a raiz da dominação da natureza assim como a dominação da mulher deve ser explorada.

Conforme um grupo combinado de coletores em sociedade de bando oferece um modo de papeis específicos, as estruturas das relações de parentesco formaram a infraestrutura das relações que desenvolveram na direção da desigualdade e de poder diferencial.
A mulher tipicamente se tornou imobilizada por um restritivo papel da cuidado da criança; este modelo aprofundado posteriormente, para além das exigências dos papeis de gênero. Esta separação de básica de gênero e divisão de trabalho começou a ocorrer na transição de médio para o paleolítico superior.

O gênero e as relações de família são construções culturais direcionadas sobre e contra a essência biológica envolvida, “acima de tudo uma organização simbólica do comportamento”, de acordo com Juliet Mitchell. É possível dizer que procurar por uma cultura simbólica é necessário para uma sociedade dividida em gêneros, pela “necessidade de mediar simbolicamente um cosmo severamente dicotomizado.”
A questão do “O que veio primeiro” se introduz e é difícil de resolver. Está claro, de qualquer forma, de que não existe evidências de atividade simbólica (pinturas rupestres por exemplo) até o sistema de gêneros, baseado na divisão sexual de trabalho, estava aparentemente em marcha.

Pelo Paleolítico superior, a época exatamente anterior à revolução neolítica da domesticação e civilização, a relação de gênero ganhou o dia. Sinais masculinos e femininos estão presentes nas primeiras artes da caverna, a cerca de 35.000 anos atras. A consciência de gênero cresceu como uma totalidade de dualidades toda-abrangente, um espectro de uma sociedade dividida.
Nesta nova polarização de atividade veio a associação de gênero, e a limitação de gênero. O Papel da caça, por exemplo, se desenvolve em associações de machos, isto requer atributos ao gênero macho como desejos peculiares.

Aquilo que tem sido muito mais unitários ou generalizados, tal como os grupos de coleta ou responsabilidades comunais para o cuidado com as crianças, agora se tornou as esferas separadas onde o ciúme e a possessividade sexual aparecem. Ao mesmo tempo, o simbólico emerge como uma esfera separada ou como realidade. Isto é esclarecedor em termos do conteúdo da arte, bem como o ritual e a sua prática. É arriscado extrapolar do presente para o remoto passado, ainda que culturas sobreviventes não industriais possam esclarecer alguma coisa. Os Bimin-Kushusmin de Papua Nova Guiné, por exemplo, experimentam a divisão masculino-feminino como fundamental e definitiva. A “essência” masculina , chamada finiik, não apenas significa poder ou qualidades guerreiras mas também significa ritual e controle. A “essência” feminina, ou khaapkhabuurien, é o selvagem, impulsivo, sensual, e ignorante de ritual. De forma similar, os Mansi da região noroeste da Sibéria coloca severas restrições no envolvimento da mulher em suas práticas rituais. Com as sociedades de bando, não é exagerado dizer que a presença ou ausência de ritual é crucial para a questão da subordinação da mulher.
Gayle Rubin conclui que “a derrota mundial e histórica da mulher ocorreu com a origem da cultura e é um pré-requisito da cultura”.

O crescimento simultâneo da cultura simbólica e da vida dividida em gênero não é uma coincidência. Cada um envolve uma mudança básica de uma vida não-separada e não hierarquizada. A lógica dos seus desenvolvimentos e extensão é uma resposta à tensão e desigualdade que eles encarnam; ambos são dialeticamente interconectados a inicial e artificial divisão de trabalho.

Na seqüência, relativamente falando, da alteração gênero/simbólico veio outro Grande Salto a Frente, agricultura e civilização. Isto é o definitivo “levante sobre a natureza”, passar por cima dos dois milhões de anos anteriores de não dominação, inteligência e intimidade com a natureza. Esta mudança foi decisiva como uma consolidação e intensificação da divisão de trabalho. Meillasoux nos lembra das origens:

Nada na natureza explica a divisão sexual de trabalho, ou tal instituição como o casamento, conjugalidade ou filiação paternal. Tudo é imposto sobre a mulher pela coerção, tudo isso são fatos consequentes da civilização que deve ser explicada, e não usada como explicação.

Kelkar e Nathan , por exemplo, não encontraram muita especialização de gênero entre os caçadores-coletores na Índia Ocidental, comparado aos agricultores da região. A transição da coleta para a produção de alimento levou a mudanças radicais similares na sociedade em todos os lugares. É instrutivo , citando outro exemplo próximo ao presente, o que o povo Muskogee no Sudeste Americano nos mostra o intrínseco valor da floresta não dominada, não domesticada; os civilizadores coloniais atacaram esta postura pela tentativa de substituir a tradição matrilinear dos Muskogee por relações patrilineares.

O local exato da transformação do selvagem para o cultural é o domicílio, de maneira que a mulher se torna progressivamente limitada em seus horizontes.
A domesticação é afiada aqui (etimologicamente , do latin Domus, ou domestico) : trabalho árduo, menos robustidade do que os coletores, muito mais crianças, e uma expectativa de vida menor do que dos homens é encontrado entre os aspectos da existência agricultora da mulher. Aqui outra dicotomia surge, a distinção entre trabalho e não-trabalho, que para muitos, e muitas gerações não existiu. Do campo de produção de gênero e de sua constante extensão vem a favorecer a fundação de nossa cultura e mentalidade.

Confinada, se não totalmente pacificada, a mulher é definida como passiva. Assim como a natureza, algo para ser feito produtivo; esperando a fertilização, estimulação externa a ela.
A mulher sofre o movimento da autonomia e relativa igualdade em pequenos grupos anárquicos dinâmicos para uma posição controlada num largo e complexo povoado governado.

A mitologia e a religião, compensações de uma sociedade dividida, testifica a redução da mulher. Na Grécia de Homero, a terra não cultivada (não domesticada para a cultura de grãos) era considerada feminina, a morada do Calipso, da feiticeira, da sereias que tentaram Odisseus a abandonar o trabalho da civilização.
Ambos, a mulher e a terra são novamente sujeitos à dominação. Mas este imperialismo revela traços de culpa, como na punição para aqueles associados com a domesticação e com a tecnologia, como nas narrativas de Prometheus e Sisyphus. O projeto da agricultura foi sentido, em algumas áreas mais que outras, como uma violação; portanto, a incidência de estupro nas estórias de Demeter. Expostas como a montanha gasta, as relações mãe-filhas dos mitos gregos – Demeter-Kore, Clytemnestra-Iphigenia, Jocasta-Antigone* por exemplo, desapareceram.

No Gênesis, o primeiro livro da bíblia, a mulher é nascida do corpo do homem. A queda do Éden representa a recusa da vida coletora-caçadora, a expulsão para a agricultura e o trabalho árduo. A culpa cai sobre Eva, obviamente, que carrega o estigma da queda. Totalmente uma ironia, que a domesticação seja o medo e a recusa da natureza e da mulher, enquanto o mito do Jardim responsabiliza a vitima chefe desse cenário na realidade

Agricultura é uma vitória que cumpre o que começou com a formação e desenvolvimento do gênero. Apesar da presença de figuras sagradas, dedicadas a fertilidade, geralmente a cultura neolítica é muito preocupada com a virilidade. Da dimensão emocional masculinista, assim como Calvino entende, a domesticação animal deve ser principalmente uma iniciativa masculina (28). A ênfase distanciadora e o poder tem estado conosco (homens) desde então; expansão de fronteiras, por exemplo, a energia masculina subjugando a natureza feminina, fronteira após fronteira.

Esta trajetória tem atingido proporções esmagadoras, e somos avisados por todos os lados que não podemos evitar o nosso engajamento com esta tecnologia onipresente. Porém, o patriarquismo também está em todo lugar, e mais uma vez a inferioridade da natureza é deduzida. Felizmente “muitas feministas”, Carol Stabile diz, defendem que “uma rejeição da tecnologia é fundamentalmente idêntica a rejeição do patriarquismo.”
Existem outras feministas que reivindicam uma parte do empreendimento tecnológico, colocando uma virtual “fuga do corpo” , e na história gerada pela subjugação. Mas este vôo é ilusório, um esquecimento de toda a lógica e da trilha das instituições opressivas que construíram o patriarcado. Um futuro de alta tecnologia, desincorporado pode apenas ser mais do mesmo trajeto destrutivo.

Freud considerou fundamental tomar lugar numa subjetividade de gênero, culturalmente e psicologicamente. Mas suas teorias assumem prontamente a presente subjetividade dividida em gêneros, e, portanto requer muitos questionamentos. Várias considerações permanecem não colocadas, tal como o gênero como uma expressão de relações de poder, e o fato de que entramos neste mundo como criaturas bissexuais.

Carla Freeman coloca uma questão pertinente com seu ensaio intitulado, ” O masculino é local , assim como o feminino global? Repensando o gênero da Globalização”.

A crise geral da modernidade tem suas raízes na imposição do gênero. Separação e desigualdade como aqui no período onde a cultura simbólica emerge, logo se tornando definitiva assim como a domesticação e a civilização: patriarquismo. A hierarquia do gênero não pode ser mais reformada do que o sistema de classes ou globalização. Sem uma radical libertação da mulher estamos consignados a um engano mortal e a mutilação agora sendo distribuindo uma badalada assustadora por todos os lugares. A plenitude de uma existência sem gênero original pode ser a prescrição para nossa redenção.

Notas:
* Por falta de tradução para os nomes dos personagens mitológicos foi mantida a versão em inglês (N do T)
1. Camille Paglia, Sexual Personae: Art and Decadence from Nefertiti to Emily Dickinson (Yale University Press: New Haven, 1990), p. 38.
2. Ursula Le Guin, “Women/Wildness,” in Judith Plant, ed., Healing the Wounds (New Society: Philadelphia, 1989), p. 45.
3. Sherry B. Ortner, Making Gender: the Politics and Erotics of Culture (Beacon Press: Boston, 1996), p. 24. See also Cynthia Eller, The Myth of Matriarchal Prehistory: Why an Invented Past Won’t Give Women a Future (Beacon Press: Boston, 2000).
4. Por exemplo, Adrienne L. Zihlman and Nancy Tanner, “Gathering and Hominid Adaptation,” in Lionel Tiger and Heather Fowler, eds., Female Hierarchies (Beresford: Chicago, 1978); Adrienne L. Zihlman, “Women in Evolution,”

Signs 4 (1978); Frances Dahlberg, Woman the Gatherer (Yale University Press: New Haven, 1981); Elizabeth Fisher, Woman’s Creation: Sexual Evolution and the Shaping of Society (Anchor/ Doubleday: Garden City NY, 1979).
5. James Steele and Stephan Shennan, eds., The Archaeology of Human Ancestry (Routledge: New York, 1995), p. 349. Also, M. Kay Martin and Barbara Voorhies, Female of the Species (Columbia University Press: New York, 1975), pp 210-211, Por exemplo.
6. Leacock está entre os mais insistentes, afirmando que onde quer que o domínio masculino exista em sociedades sobreviventes deste tipo é devido aos efeitos da dominação colonial. Ver Eleanor Burke Leacock, “Women’s Status in Egalitarian Society,” Current Anthropology 19 (1978); and her Myths of Male Dominance (Monthly Review Press: New York, 1981). See also S. and G. Cafferty, “Powerful Women and the Myth of Male Dominance in Aztec Society,” Archaeology from Cambridge 7 (1988).
7. Joan Gero and Margaret W. Conkey, eds., Engendering Archaeology (Blackwell: Cambridge MA, 1991); C.F.M. Bird, “Woman the Toolmaker,” in Women in Archaeology (Research School of Pacific and Asian Studies: Canberra, 1993).
8. Claude Meillasoux, Maidens, Meal and Money (Cambridge University Press: Cambridge, 1981), p. 16.
9. Rosalind Miles, The Women’s History of the World (Michael Joseph: London, 1986), p. 16.
10. Zubeeda Banu Quraishy, “Gender Politics in the Socio-Economic Organization of Contemporary Foragers,” in Ian Keen and Takako Yamada, eds., Identity and Gender in Hunting and Gathering Societies (National Museum of Ethnology: Osaka, 2000), p. 196.
11. Jane Flax, “Political Philosophy and the Patriarchal Unconscious,” in Sandra Harding and Merrill B. Hintikka, eds., Discovering Reality (Reidel: Dortrecht, 1983), pp 269-270.
12. Ver Patricia Elliott, From Mastery to Analysis: Theories of Gender in Psychoanalytic Feminism (Cornell University Press: Ithaca, 1991), e.g. p. 105.
13. Alain Testart, “Aboriginal Social Inequality and Reciprocity,” Oceania 60 (1989), p. 5.
14. Salvatore Cucchiari, “The Gender Revolution and the Transition from Bisexual Horde to Patrilocal Band,” in Sherry B. Ortner and Harriet Whitehead, eds., Sexual Meanings: The Cultural Construction of Gender and Sexuality (Cambridge University Press: Cambridge UK, 1984), p. 36. Este ensaio é de grande importância.
15. Olga Soffer, “Social Transformations at the Middle to Upper Paleolithic Transition,” in Günter Brauer and Fred H. Smith, eds., Replacement: Controversies in Homo Sapiens Evolution (A.A. Balkema: Rotterdam 1992), p. 254.
16. Juliet Mitchell, Women: The Longest Revolution (Virago Press: London, 1984), p. 83.
17. Cucchiari, op.cit., p. 62.
18. Robert Briffault, The Mothers: the Matriarchal Theory of Social Origins (Macmillan: New York, 1931), p. 159.
19. Theodore Lidz and Ruth Williams Lidz, Oedipus in the Stone Age (International Universities Press: Madison CT, 1988), p. 123.
20. Elena G. Fedorova, “The Role of Women in Mansi Society,” in Peter P. Schweitzer, Megan Biesele and Robert K. Hitchhock, eds., Hunters and Gatherers in the Modern World (Berghahn Books: New York, 2000), p. 396.
21. Steven Harrall, Human Families (Westview Press: Boulder CO, 1997), p. 89. “Exemplos de ligações entre o ritual e a desigualdade entre as sociedades recolhedoras são comuns”, de acordo com Stephan Shennan, “Social Inequality and the Transmission of Cultural Traditions in Forager Societies,” in Steele and Shennan, op.cit., p. 369.
22. Gayle Rubin, “The Traffic in Women,” Toward an Anthropology of Women (Monthly Review Press: New York, 1979), p. 176.
23. Meillasoux, op.cit., pp 20-21.
24. Citado por Indra Munshi, “Women and Forest: A Study of the Warlis of Western India,” in Govind Kelkar, Dev Nathan and Pierre Walter, eds., Gender Relations in Forest Societies in Asia: Patriarchy at Odds (Sage: New Delhi, 2003), p. 268.
25. Joel W. Martin, Sacred Revolt: The Muskogees’ Struggle for a New World (Beacon Press: Boston, 1991), pp 99, 143.
26. A produção do milho, uma das contribuições norte americanas para a domesticação, “provocou um tremendo efeito no trabalho e na saúde da mulher”. O status da mulher “foi definitivamente subordinado ao dos homens na maioria das sociedades horticultoras ( do que é agora ) o leste dos Estados Unidos , no período do primeiro contato Europeu. A referencia é do trabalho de Karen Olsen Bruhns e Karen E. Stothert, Women in Ancient America (University of Oklahoma Press: Norman, 1999), p. 88. Da mesma forma, por exemplo, Gilda A. Morelli, “Growing Up Female in a Farmer Community and a Forager Community,” in Mary Ellen Mabeck, Alison Galloway and Adrienne Zihlman, eds., The Evolving Female (Princeton University Press: Princeton, 1997): A jovem criança Efe (Zaire) se desenvolve numa sociedade onde as relações entre homem e mulher são muito mais igualitárias do que as relações entre homem e mulher agricultores”(p. 219).Ver também Catherine Panter- Brick and Tessa M. Pollard, “Work and Hormonal Variation in Subsistence and Industrial Contexts,” in C. Panter-Brick and C.M. Worthman, eds., Hormones, Health, and Behavior (Cambridge University Press: Cambridge, 1999), Em termos de quanto mais trabalho feito, comparado com o homem agricultor, pela mulher agricultora em relação aqueles que caçam e coletam.
27. O povo Etoro da Papua Nova Guiné possuem um mito similar no qual Nowali, conhecida pela suas corajosas caçadas, carrega a responsabilidade pela queda do povo Etoro de um estado de bem estar. Raymond C. Kelly, Constructing Inequality (University of Michigan Press: Ann Arbor, 1993), p. 524.
28. Jacques Cauvin, The Birth of the Gods and the Origins of Nature (Cambridge University Press: Cambridge, 2000), p. 133.
29. Carol A. Stabile, Feminism and the Technological Fix (Manchester University Press: Manchester, 1994), p. 5.
30. Carla Freeman, “Is Local:Global as Feminine:Masculine? Rethinking the Gender of Globalization,” Signs 26 (2001).

Por John Zerzan