Irmela Schramm, uma senhora de 70 anos que anda pelas ruas de Berlim arrancando e cobrindo mensagens nazistas e racistas

Irmela Schramm, uma senhora de 70 anos que anda pelas ruas de Berlim arrancando e cobrindo mensagens nazistas e racistas!

Para resistir aos horrores do mundo, não há gesto que seja pequeno demais, nem idade por demais avançada – e a alemã Irmela Schramm é a prova disso. Ela se auto denomina uma “faxineira política”, um título justo e objetivo, pois é isso que ela faz: Irmela caminha pela cidade de Berlim procurando por mensagens nazistas pichadas, escritas ou coladas em espaço públicos, para então arranca-las ou cobri-las com um spray.

A faxineira política de Berlim sabe que não pode sperar que os outros façam por ela o que sabe que ela mesma pode e deve fazer. “Eu sou realmente preocupada com as propagandas de ódio, e quis me posicionar”, ela diz.

No início ela usava somente suas chaves para apagar as mensagens mas, três décadas ininterruptas de luta depois, ela hoje possui um verdadeiro arsenal contra o nazismo: removedor de tinta, um raspador e uma lata de spray, que ela carrega em uma bolsa que diz “Contra nazistas”.

Nascida no fim da Segunda Guerra Mundial, Irmela tornou-se uma ativista na década de 1960, já tendo participado de diversos movimentos antinazistas. Foi removendo propagandas de ódio, no entanto, que ela encontrou o meio que sabia que melhor poderia ajudar.

Desde então, gastando 17 horas por semana em seu trabalho de resistência solitário porém firme, os pequenos gestos foram se acumulando e, diante de seus números, é inegável a enorme diferença que já fez: 130 mil adesivos e pôsteres nazistas já foram removidos por Irmela.

As ameaças são constantes, e Irmela não recebe dinheiro algum por seu trabalho, pelo contrário: 10% de seu salário como professora vai para sua resistência contra o nazismo. Um dia ela encontrou seu próprio nome em um grafite, que dizia: Schramm, nós vamos te pegar.

Irmela já recebeu uma medalha de honra ao mérito do governo alemão por seu trabalho, mas em 2000 ela devolveu a medalha depois que um ex-nazista também foi condecorado. É um trabalho duro e sem glamour mas, para ela, fazer diferença contra o horror é a maior recompensa.

Via: hypeness