As 20 flores mais magníficas do mundo
Pra não dizerem que não falei das flores…
As flores nada mais são do que o órgão sexual das plantas. São tão deslumbrantes e cheias de artifícios para atrair polinizadores que as retiramos da natureza para conquistar outros seres humanos. Falar sobre o poder de sedução das flores não é mera licença poética: elas foram feitas para isso.
Algumas de forma bastante engenhosa. É o caso da orquídea Ophrys insectifera, cujo cheiro e formato induzem moscas a tentar copular com a sua flor. O resultado é um macho nada satisfeito e recoberto de pólen. Outras espécies são menos sutis. A vitória-régia, por exemplo, e a Caleana major literalmente aprisionam os seus insetos polinizadores.
Abaixo foi reunido em um galeria 20 fotos das flores mais extraordinárias do mundo. As maiores, as mais altas, as alucinógenas, as extremas, as bonitas, as fedidas, as traiçoeiras e outras espécies nada comuns. Vale ver!
A maior flor individual do mundo tem quase um metro de diâmetro e pode pesar 10 kg. Apesar de bela, o forte odor da Rafflesia arnoldii é popularmente comparado ao de cadáveres. A espécie parasita plantas do gênero Tetrastigma e é nativa de Bornéu e Sumatra.
Não se trata apenas de uma flor e, sim, de uma estrutura de até 70 kg com múltiplas e pequenas flores conectadas a um mesmo eixo. Endêmica de Sumatra, a Amorphophallus titanum chega a 3 m de comprimento e é a inflorescência mais alta do mundo.
Os cactos do gênero Huernia são notáveis por suas magníficas flores pontiagudas – verdadeiras obras de arte na natureza. Entre elas está a Huernia zebrina, cujas dramáticas flores listradas são ofuscadas por este suculento disco de cor achocolatada, ao centro. Na língua espanhola e inglesa, a espécie foi popularmente apelidada de “flor donut”.
Seu formato delicado lhe rendeu o nome de “tombeta-dos-anjos”, todavia a sua beleza esconde o perigo. As flores do gênero Brugmansia e Datura são alucinógenas, muito parecidas entre si. E a depender da quantidade ingerida, podem induzir ao coma e até à morte.
Associada popularmente ao Espírito Santo, a delicada flor da Peristeria elata parece envolver uma pomba branca com as suas pétalas e conquistou os seus próprios fiéis. A espécie foi escolhida como flor nacional do Panamá e pode ser encontrada em diferentes países da América Latina, inclusive no norte do Brasil.
Parece uma estrela-do-mar, mas é uma flor. A Stapelia flavopurpurea cresce na Namíbia e, ao contrário da maioria das apocináceas em seu gênero (famosas pelo odor desagradável que atrai moscas polinizadoras), a sua essência lembra mel.
A cor negra é raríssima entre as flores. A exótica Tacca chantrieri cresce em solo asiático e ficou conhecida como “flor morcego”. Por algum tempo, pensou-se que seu aspecto sombrio atraía moscas polinizadoras, à procura de matéria orgânica em decomposição. Mas não é o caso: a espécie se vira muito bem sozinha (autofecundação).
Pois é. Não parecem flores, mas são! O restante da Hydnora africana está debaixo da terra. Ali, a espécie parasita as raízes de plantas do gênero Euphorbia. Nativa do sul da África, esta flor é polinizada por besouros rola-bosta – um indicativo do seu odor nada agradável.
As plantas florescem com um único objetivo: reprodução. O que não quer dizer que não pode haver romance… Popular nos jardins do hemisfério Norte, a Lamprocapnos spectabilis traz o espetáculo até no nome e carrega inúmeros corações enfileirados num mesmo eixo.
Você sabia que a flor da vitória-régia (Victoria amazonica) fica aberta por apenas dois dias? Ela espicha as suas pétalas ao entardecer a fim de atrair besouros. Então se fecha, capturando-os por toda a noite. No dia seguinte, recoberto em pólen e um tanto atordoado, o inseto é enfim libertado. E voa para a próxima flor!
Para se reproduzir, essa orquídea imita o visual e até o feromônio sexual (cheiro) de moscas fêmeas, a fim de atrair espécimes machos. Confusos, os insetos que pousam nas plantas para acasalar acabam transportando o pólen de uma Ophrys insectifera à outra.
Sabemos que as flores são o órgão sexual das plantas. Entretanto, em alguns casos, a sua função reprodutiva fica tão evidente que a flor acaba por dar nome ao gênero todo: eis a explícita Clitoria.
As flores da orquídea Habenaria radiata parecem sempre prestes a alçar vôo! A espécie cresce nos solos japoneses, coreanos e chineses; e não é difícil perceber porque recebe o nome de flor “garça branca”.
Já as flores do gênero Hoya parecem de mentira. São ao menos 200 espécies e combinações diferentes de cores, como as desta H. cinnamomifolia, que lhes renderam o apelido de flores de cera (ou de porcelana).
Vista por uma lente macro – no máximo, 25 milímetros –, as flores da Caleana major parecem patos voando. Mas esta orquídea é engenhosa: a “cabeça” da ave é sensível ao toque e prende os insetos na estrutura arredondada abaixo (no “corpo”), até que estejam cobertos de pólen.
Não há muitos cactos por aí que podem se vangloriar de ser uma “dama” – esse título é exclusivo da Epiphyllum oxypetalum. As flores da dama-da-noite só se abrem uma vez ao ano. E como o próprio nome diz, apenas no período noturno. O evento é um espetáculo tão raro e aromático que chega a ser celebrado com festas populares.
A planta em si é uma espécie de cipó. O que a torna excepcional são as flores: ocas por dentro, suas paredes internas são repletas de filamentos, que apontam para baixo e dificultam a saída de moscas polinizadoras. Alguns acham que a estranha flor da Ceropegia haygarthii lembra um guarda-chuva invertido, outros a chamam de flor-palhaço.
O Ártico não é uma região propensa a flores. Seu clima extremo e vento forte limitam a vegetação a plantas rasteiras e arbustos típicos da tundra. Entre as poucas flores resistentes estão a Salix arctica e as espécies do gênero Eriophorum (foto). Estas, conhecidas como grama de algodão, recobrem campos inteiros de branco – ironicamente, quando não há neve.
O seu nome científico dá a dica: Orchis simia. O termo “símio”, do latim para o português, faz referência aos macacos. E não é que esta orquídea parece mesmo ter florescido no corpo de um?
De aspecto exótico, a flor da Passiflora edulis parece rara – mas não é. A espécie cresce em videiras e se tornou bastante comum, até mesmo no Brasil, graças ao sabor de seu fruto: o maracujá.