Anarquistas e Educação no Brasil

A História da Educação no Brasil tem início, segundo os historiadores oficiais, baseados na história política instituinte/instituída pelo Estado de Direito Nacional, quando da chegada dos portugueses e da instalação pelos jesuítas das missões e/ou apresamentos de indígenas. A ação da Companhia de Jesus junto aos autóctones se pautou em “combater a heresia, propagar a fé entre os incrédulos e difundir o evangelho…(Correa em Oly Pey, p. 52; 2000)”. É necessário e sensato considerar que os povos que ocupavam a América, antes da chegada dos europeus, tinham sua própria cultura e também sua maneira de educar, mesmo que não possam os aplicar o conceito de educação a estes, pois incorreríamos no anacronismo e/ou no etnocentrismo fundado no eurocentrismo. Neste momento, entre os séculos XV E XVI, ocorria na Europa a Reforma protestante, o número de almas adeptas do catolicismo declinava ecom isso seu poder também. O ‘Novo Mundo’ significava novas almas, e estas, a manutenção ou ampliação do Império milenar da ‘Santa Madre Igreja’,‘Civilizar’ era então sinônimo de “Evangelizar”. Para tal empreitada os jesuítas recorreram a vários métodos; realização de ritos como batismos, casamentos, crismas, missas, os famosos Autos, nos quais peças teatrais representavam a luta entre deus e o diabo, o bem e o mal, a floresta (mal) e a vila (bem), e também as missões donde se estabeleciam regras e castigos, em que a cultura européia era a tônica hegemônica no discurso, nos símbolos e na prática cotidiana. É o que a antropologia convencionou chamar de aculturação, processo “Educativo e Pedagógico” pelo qual Jesuítas buscavam apagar uma cultura e instituiam a sua mesma. É evidente ainda que na ausência de submissão da mente e do corpo do “selvagem” à “civilização” a força bélica se incumbia não de educar mas de os “pacificar”, o que significa a guerra. Depois de pacificados os Índios, seja pela espada ou pela cruz(aculturação), seria a hora de formar a elite dirigente colonial; para isso os Jesuítas criaram os seus colégios, que foram os primeiros no formato que conhecemos atualmente, e que consistiam em escolas para a fidalguia, onde se repassava uniforme e hegemonicamente a tradição européia, sob a égide deum regime disciplinador, castrante, intransigente, reprodutivista dos clássicos europeus (a escolástica).

Via: https://www.academia.edu/33944507/ANARQUISTAS_E_EDUCA%C3%87%C3%83O_NO_BRASIL?email_work_card=title