As 9 Sinfonias de Beethoven e a Espiritualidade

A Espiritualidade e as 9 Sinfonias de Beethoven, conforme estudos dos musicólogos Banõl e Lingerman, objetivando uma audição consciente e interiormente transformadora.

“Você está escutando um cachorro latindo lá longe? Ou um carro passando? Escute atentamente. Consegue sentir a presença do Não Manifesto nessas ocasiões? Não consegue? Procure no silêncio, no lugar onde os sons nascem e para onde retomam. Preste mais atenção ao silêncio do que aos sons. Prestar atenção ao silêncio exterior cria um silêncio interior, e a mente fica serena. Um portal está se abrindo.

Cada som nasce no silêncio e morre no silêncio. Sua curta duração é cercada pelo silêncio. O silêncio torna possível que o som aconteça. É uma parte intrínseca, mas não manifesta de cada som, cada nota musical, cada melodia, cada palavra. O Não Manifesto está presente neste mundo como silêncio. Essa é a razão pela qual dizem que nada neste mundo é tão parecido com Deus quanto o silêncio. Só o que temos de fazer é prestar atenção a ele. Mesmo durante uma conversa, fique consciente dos espaços entre as palavras, dos curtos espaços de silêncio entre as frases. Ao fazer isso, uma dimensão de serenidade cresce dentro de você. Não conseguimos prestar atenção ao silêncio sem que, ao mesmo tempo, estejamos serenos em nosso interior. O silêncio está do lado de fora e a serenidade dentro de nós. Você penetrou no Não Manifesto.”
– Eckhart Tolle – trecho do livro ‘O Poder do Agora

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Para efeitos terapêuticos o gosto musical ou a preferencia estética por determinado gênero ou mesmo alguma das sinfonias aqui expostas não é levado em conta, o importante é o efeito produzido pela música escolhida.

Na perspectiva terapêutica, a música deve ser ouvida em profundidade e não apenas “escutada”. Nada adianta escuta-la enquanto se realiza outras tarefas distraidamente (comer, ler, dirigir, etc…). Para alcançarmos nossos objetivos curativos ou motivacionais devemos sentar relaxados e conscientes do que pretendemos com a melodia, a postura é de meditação, onde a música é a chave que abre as portas de nossa autotransformação. Devemos deixar a música penetrar em cada músculo, cada célula, e em cada um de nossos corpos interiores para que ela cumpra seu papel terapêutico.

Por que as sinfonias de Beethoven? O musicólogo Hal Lingerman explica que: “ A música de Beethoven é a música de um Titã. Sua vida e suas obras fornecem novos acessos às emoções e às condições humanas. Beethoven é o primeiro psicólogo musical a explorar a psique dos sofrimentos da espécie humana, ajudando a humanidade e crescer. Sua música vibra com alegrias e tristezas; como uma ampla energia primordial, ela projeta sobre o ouvinte grandes ondas de força. Às vezes irada, outras vezes calma, a música de Beethoven está cheia de espírito de luta, de coragem e de uma enorme força de vontade; algumas vezes é resistente como o granito. Contudo, ela também pode ser suave e lírica, religiosa e autêntica.”

Eis as nove Sinfonias com seus efeitos psicológicos e terapêuticos.

Primeira Sinfonia:
É a sinfonia da “Gênesis Psicológico”. Deve-se escutar para motivar-nos em tudo o que queiramos iniciar.

Segunda Sinfonia:
É a “Revolução Psicológica”: “É um complexo monstruoso, um horrível dragão ferido retorcendo-se que se nega a expirar e que, ainda que no final sangre, segue revolvendo-se e dando furiosas rabanadas a um lado e outro”.

Terceira Sinfonia:
É a da “Busca do Equilíbrio”. Deve-se escutar para motivar-nos a sair dos estados de nervosismo excessivo, incerteza, desânimo, descontrole e pessimismo.

Quarta Sinfonia:
É a “Sinfonia do Amor”. Deve-se escutar para motivar-nos a sair dos estados de ódio, vingança e egoísmo.

Quinta Sinfonia (Heróica):
É a do “Destino do Homem”. Deve-se escutar para motivar-nos a traçar as estruturas daquilo que queremos na vida, que dizer, a criar nosso destino. Desperta a vontade de vencer.

Sexta Sinfonia (Pastoral):
É a da “Heuristica”. Deve-se escutar para motivar-nos a toda ação criadora, a todo movimento que tende a solucionar problemas.

Os dois primeiros movimentos são especialmente bons para a purificação emocional e para o soerguimento; O movimento “Tempestade”, seguido pelo “Hino de Ação de Graças”, também revelam-se muito gratificante.

Sétima Sinfonia:
É a da “Exploração do Subconsciente”. Deve-se escutar para motivar-nos a nossa própria autoanálise, a nosso estudo axiológico.

Oitava Sinfonia:
É a “Emancipação Psicológica”. Deve-se escutar para motivar-nos para as mudanças, transformação e a valorização.

Nona Sinfonia:
É a da “Sublimidade” e da “Elevação”. Deve-se escutar para motivar-nos a remontar-nos às escalas de sentimentos místicos, de espiritualidade, de devoção.

Retrata também a criação a partir do vazio e culmina no magnífico “Hino para Fraternidade”, que inspira amor universal e compreensão entre as nações.

Para maiores informações: As 9 Sinfonias e Espiritualidade – Estudo de Corinne Heline