O anarquismo no Uruguai entre fins do século XIX e começos do século XX

Concomitantemente ao processo de industrialização e ao aumento no número de trabalhadores urbanos, o movimento operário-social no Uruguai — decididamente reforçado pela imigração europeia (sobretudo de italianos, espanhóis e catalães) — começava a despontar, ainda que timidamente, em Montevidéu. Os tipógrafos, pelas próprias características de sua profissão, estavam em contato mais direto com as ideias que circulavam pelo resto do mundo. Foi deles a primeira tentativa de organização dos trabalhadores uruguaios, inspirada em um modelo mutualista de tipo proudhoniano, ocorrida em 1865 com a criação da Associação dos Tipógrafos — renomeada Sociedade Tipográfica Montevideana em 1870. Até a década de 1870, contudo, a absoluta maioria das publicações contendo algum tipo de crítica social e perspectivas de transformação que circulavam no Uruguai, eram algumas revistas de pouca tiragem inspiradas nas ideias de alguns dos chamados “socialistas utópicos”, principalmente Charles Fourier e Saint-Simon. A partir de então, várias sociedades de ajuda mútua começaram a ser formadas entre os artesãos e trabalhadores uruguaios para tentar resolver certos problemas específicos que lhes afligiam, como demissões, adoecimentos, questões salariais, financiamento de funerais etc. As sociedades de ajuda mútua foram a principal forma de organização do movimento operário-social uruguaio até a década seguinte, apesar de também serem formadas algumas organizações imbuídas de uma perspectiva mais ampla e internacionalista.

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