Buscar a Transformação Social? – Posfácio em Júnior Bellé, “Balaclavas e os Profetas do Caos: manufatura libertária vs indústria da rebeldia”, 2009.

Este artigo foi escrito como posfácio do livro Balaclavas e os Profetas do Caos: manufatura libertária vs indústria da rebeldia, de Júnior Bellé. O livro, que pode ser lidona internet em http://www.mediafire.com/download.php?bnxhyya6m0h e que será publicado em breve, apresenta um relato jornalístico de uma série de experiências do amplo universo libertário brasileiro, a partir de uma perspectiva individualista. A mudança de posição do autor não o fez desacreditar na publicação do livro. Primeiro, pelas qualidades jornalístico-literárias da obra, que realmente são grandes e pelo seu caráter de registro histórico. Depois, a partir do ponto de vista político, o autor achou que este relato de diversas experiências, cujos realizadores reivindicam-se libertários ou anarquistas, poderia ser relevante para uma noção das próprias contradições que trazem em seu bojo. No entanto, isso somente não bastava, já que o livro está imbuídode elogios, críticas e colocações que são feitos a partir da visão de um individualista. Com o objetivo de proporcionar uma leitura crítica aos leitores, o autor pediu a um companheiro que fizesse um prefácio, que depois se transformou em posfácio, fazendo uma crítica da maioria das posições contidas no livro e reafirmando suas posições de um anarquismo social, voltado para a transformação revolucionária da sociedade. O artigo que se publica agora é este posfácio que, além dos objetivos propostos pelo autor, faz uma autocrítica em relação ao que foi, no Brasil, o movimento de resistência global, ou “antiglobalização”.

“O anarquismo não pode continuar aprisionado nos limites de um pensamento marginal e reivindicado unicamente por uns poucos grupelhos, em suas ações isoladas. Sua influência natural sobre a mentalidade dos grupos humanos em luta é mais do que evidente. Para que esta influência seja assimilada de modo consciente, ele deve, doravante, se munir de novos meios e iniciar desde já o caminho das práticas sociais.” – Nestor Makhno