Anarquismos e formas de subjetivação nas escritas da História!

Esta tese possui como principal problemática as relações construídas por autores/militantes anarquistas entre suas escritas da história, propostas políticas para a sociedade atual e suas formas de subjetivação, elaboradas junto ao processo de escrita. Na primeira parte da pesquisa, o foco central do debate envolve autores atuantes no Brasil e a nós contemporâneos, dentre eles Edgar Rodrigues e, vinculados de alguma forma ao chamado “anarquismo pós-estruturalista”, Edson Passetti e Nildo Avelino. Para a discussão dessa problemática, alguns temas e debates ganharam destaque ao longo da pesquisa, como a construção de memórias e esquecimentos nas escritas anarquistas da história, a noção de contemporâneo e a apropriação, via elaborações de memória, do pensamento de autores não-anarquistas, como Max Stirner, Friedrich Nietzsche e Michel Foucault, para a construção de propostas políticas por militantes ácratas. A segunda parte da tese é composta por três ensaios que objetivam contribuir para a reflexão sobre possíveis formas de história social libertária. Três diálogos foram escolhidos como mote problematizador: Mikhail Bakunin e demais revolucionários (ou reformadores) da Liga da Paz e da Liberdade e da Associação Internacional dos Trabalhadores, entre as décadas de 1860 e 1870; o por vezes ácido debate entre Ludwig Feuerbach, Max Stirner e Karl Marx, na primeira metade do século XIX e, em um recuo cronológico mais longo, o debate entre os gregos Parmênides, Górgias e Aristóteles.