Agripino Nazaré

Agripino Nazaré

Agripino Nazaré foi um anarquista brasileiro de fins do século XIX e início do século XX. Junto com José Oiticica, Astrojildo Pereira e Manuel Campos foi um dos articuladores da Insurreição anarquista de 1918 que inspirada pela Revolução Russa pretendia derrubar o governo central na capital do país.

Agripino Nazareth nasceu em Salvador no dia 24 de fevereiro de 1886, mas iniciou seus estudos superiores na então Faculdade de Direito do Recife, cidade onde morou com seus familiares de 1902 a 1907. Na capital pernambucana o estudante Agripino teve seus primeiros contatos com as ideias sociais

e iniciou seu envolvimento com a grande política. Entre maio de 1905 e maio
de 1906, integrou uma comissão de acadêmicos da Faculdade de Direito, for
mada com o objetivo de convencer seus colegas da Escola de Farmácia a ade
rirem à candidatura do senador Lauro Sodré à Presidência da República. Foi
na capital pernambucana também que ele iniciou sua militância política na
imprensa, escrevendo para o jornal
A Província
. O antigo órgão do Partido

Liberal havia começado a circular em 1872, e nele Joaquim Nabuco escreveu seus artigos em defesa da abolição da escravidão, no final do Império, e Dantas Barreto combateu a oligarquia chefiada por Rosa e Silva, sob a República. Em 1907, Agripino matriculou-se na Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro, instituição na qual finalizou o 4º ano do curso em março de 1908. Sua formação, porém, foi concluída na Faculdade de Direito de São Paulo, no largo de São Francisco, onde obteve o título de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais no dia 11 de dezembro de 1909. Sua família, porém, continuou a morar em Pernambuco. Ele era filho de Maria Bernardina Nazareth e Antonio Agripino Nazareth, oficial de carreira do Exército Brasileiro que serviu em unidades militares da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Amazonas entre 1894 e 1906. Antonio Agripino Nazareth chegou a ser promovido de tenente a capitão, sendo condecorado em 1906 com uma medalha de ouro por contar mais de 30 anos de bons serviços ao país. Talvez isso explique a facilidade com a qual seu filho transitou por certos meios militares anos mais tarde. Além disso, mesmo depois da morte de seu esposo, Maria Bernardina Nazareth manteve sua residência em Recife, e Agripino fez visitas a ela e a seus antigos contatos políticos junto ao Correio do Norte e ao general Dantas Barreto (1850-1931).

A primeira atividade profissional exercida por Agripino Nazareth parece ter sido conseguida pelo jornalista Pedro Avelino, em 1910, depois de ser nomeado prefeito do Alto Juruá, no Acre. O político potiguar nomeou Agripino delegado de polícia do Tarauacá, uma região que ainda não havia sido desmembrada do Juruá. Agripino, então com 23 anos de idade, teria recebido “plenos poderes” de seu “ilustre e querido amigo” não apenas para “resolver assuntos da alçada policial, mas todos que fossem de competência exclusiva do prefeito”. Mas a partir de 1912 o jornalismo político voltou ao centro de sua vida, já que ele assumiu o cargo de redator-chefe de A Época , um diário publicado no Rio de Janeiro sob a direção inicial do advogado monarquista Vicente de Ouro Preto, de J. B. da Câmara Canto e de Vicente Piragibe.

Fonte: Agripino Nazareth e o movimento operário da Primeira República - Livro