Abolir os presídios é preciso!

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Os sistema penitenciário brasileiro e ousamos dizer, no mundo é uma monstruosidade, fruto da ignorância e violência autoritária , que oprime e explora nossa classe em todo o mundo.

“Os presídios, mesmo com trabalhos forçados, de primeira, segunda ou terceira categoria, isto é, em minas, pavimentações, em artesanato e em degredo temporário ou perpétuo, longe estão de reformar o delinquente; são locais puramente de castigo, garantindo teoricamente à sociedade renovação dos indivíduos que são segregados dela. O encarceramento e o trabalho pesado só hipertrofiam no recluso o ódio, a sede de instintos, e complementarmente acarretam indiferença e marasmo espiritual.
Não resta dúvida de que o tão gabado regime de penitenciária oferece resultados falsos, meramente aparentes. Esgota a capacidade humana, desfibra a alma, avilta, caleja e só oficiosamente faz do detento “remido” um modelo de sistemas regeneradores. Na verdade esse “reajustado” não é senão um ex-vivente, um despojo, um casulo murcho e inibido. Está-se a ver que o delinquente exacerba cada vez mais sua rebeldia, que se organiza em potencial de rancor.”
– Fiódor Dostoiévski, em “Recordações da Casa dos Mortos”

Nos carceres em todo o mundo, milhões de pessoas, na sua parte oriunda de nossa classe, agonizam em mal tratos e em lutas terríveis para sobreviverem mais um dia, em condições de extremas que levam seres humanos as ações mais desesperadas, levando-os a perda de sua humanidade e submeterem a selvageria do capitalismo e do autoritarismo que os aprisionam.

No Brasil, não há ainda oficialmente a pena de morte, mas permanecer por algum tempo nos presídios superlotados, repletos de doenças e vícios é o equivalente a um corredor da morte a espera da execução. O Estado que é o responsável pelo cárcere não oferece nenhum apoio sanitário ou médico aos presos de forma regular, só sendo levados aos hospitais quando estão em fase terminal de uma doença, para que não fiquem com o ônus de mais uma morte.

O flagelo nas celas é enorme, sem espaço, fazem rodízio para dormir, para usar o “banheiro”, um vaso sanitário para mais de 15 detentos, que fica ali em aberto. A total falta de respeito pelo ser humano toma seu contorno mais cruel nesses ambientes.

Muitos se levantaram contra o fim dos presídios, defendendo o sistema penal e alegando que quem está lá é que mereceu. Num sistema de desigualdades sociais que mantém a guerra de classes, os presídios são campos de concentração em que nossa classe é confinada, onde os mais insubmissos e rebeldes são jogados por desafiarem a estrutura e questionarem o sistema.

Devemos lembrar por fim que os assassinos e ladrões foram os primeiros capitalistas, que roubaram terras, escravizaram civilizações e assassinaram nações inteiras pela ambição e ganância. Esses “exploradores” saquearam e enviaram as riquezas para seus países e religiões, deixando um rastro de miséria.

Arriscamos escrever que abolir os presídios é abolir o sistema do capital. Avancemos a luta pela emancipação social.

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